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11-2023

Fotógrafo do Acre ganha o Prêmio FCW de 2023 com direito a R$ 60 mil

Psicólogo por formação e fotógrafo por paixão, Fabiano Carvalho, do Acre, foi grande vencedor do Prêmio FCW de Fotografia de 2023, concedido pela Fundação Conrado Wessel. Com isso, ele recebeu o maior prêmio em dinheiro entre os concursos brasileiros: R$ 60 mil. A decisão final coube ao público que compareceu à festa do evento no dia 26 de outubro, em São Paulo (SP), quando também foi entregue o Prêmio FCW de Ciência ao professor Virgílio Almeida, da UFMG – ele teve direito a R$ 400 mil ao ser reconhecido em 2023 como um pesquisador de excelência na área de Ciência da Computação.

No ensaio “Placa-mãe”, o acreano Fabiano Carvalho uniu tecnologia e ecologia com muita criatividade

Fabiano Carvalho esteve ao lado do paulista Lucas Lenci e do mineiro Gui Mazzoni como finalista do Prêmio FCW – os três tiverem seus ensaios fotográficos considerados os melhores pelo júri de seleção. Lenci ficou em segundo lugar e Mazzoni (médico de profissão) em terceiro, cabendo a cada um o prêmio de R$ 25 mil e R$ 15 mil, respectivamente. O voto dos participantes da cerimônia de premiação em um painel eletrônico logo na entrada do evento, onde podiam ser vistos os três ensaios, foi o que decidiu a colocação final – na edição de 2023, o prêmio fotografia teve como tema “Ciências da Computação”.

Fios e placas de computadores foram usados por Carvalho na construção simbiótica das imagens

Emocionado, Carvalho agradeceu à Fundação Conrado Wessel por cultivar e celebrar a arte, cultura e ciência. Sobre o ensaio vencedor, intitulado “Placa Mãe”, o fotógrafo explicou que surgiu pelo contato muito próximo que tem com a Floresta Amazônica, já que mora em Rio Branco (AC). “Pensei no potencial da floresta e nos objetos tecnológicos que são descartados, como capacitores, velocidade e fios, que não são mais úteis para o homem. Mas talvez a natureza possa transformar esses restos em seres vivos. A floresta seria como uma placa-mãe que uniria todos os seres com a sua força criadora”, explicou. Com isso, Carvalho distribuiu uma relação metafórica entre a placa-mãe do circuito impresso de uma máquina, que conecta todas as relações de dados, com a floresta, mãe natureza, responsável pela conexão de todos os seres vivos que nela habitam.

A reprodução de um ninho de pássaro com fios é uma das imagens mais marcantes do ensaio

Os três ensaios finalistas foram bastante originais e muito diferentes entre si, com abordagens bem desenvolvidas. O paulista Lucas Lenci se inspirou no trabalho “Cinema”, do fotógrafo japonês Hiroshi Sugimoto, para registrar grandes telas de LED, em vários ambientes, que emitem imagens e informações, mas que, em longa exposição, tornam-se totalmente brancos, como se seu propósito fosse desvirtuado pela própria luz superexposta. Já o mineiro Gui Mazzoni ousou renunciar à câmera tradicional e usar aparelhos de ultrassom para captar imagens do próprio corpo para produção de imagens abstratas e gráficas, que são união de arte, ciência e tecnologia.

Carvalho usou a macrofotografia para destacar pequenos elementos eletrônicos como se forem seres da floresta

O júri do Prêmio FCW de Fotografia foi formado por: Denise Camargo, artista visual e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Universidade de Brasília; Eugênio Savio, fotógrafo, editor e diretor do Festival de Fotografia de Tiradentes-Foto em Pauta; Mônica Maia, presidente da Rede de Produtores Culturais de Fotografia do Brasil; e Sérgio Branco, editor da revista Fotografe. Para conhecer todas as imagens premiadas, acesse: www.fcw.org.br.

Os finalistas Lucas Lenci, Gui Mazzoni e Fabiano Carvalho   

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