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06-2023

Vencedores do Prix Photo têm exposição na Galeria da Aliança Francesa de Botafogo, no Rio

Aberta na Galeria da Aliança Francesa Botafogo, no Rio de Janeiro (RJ), a exposição coletiva com as séries vencedoras da décima primeira edição do Prix Photo Aliança Francesa pode ser vista até o dia 5 de agosto de 2023. Também estão na mostra os trabalhos contemplados com os prêmios Lovely House, PhotoClimat, júri popular e menção honrosa do concurso, que recebeu mais de 300 portfólios inscritos em 2022.  O tema “Sonhos” foi o desafio dos artistas participantes e teve a série “GH Gal e Hiroshima”, dos cariocas Rodrigo Masina Pinheiro e Gal Cipreste Marinelli, como a  vencedora do júri oficial.

Rodrigo Masina Pinheiro (Rio de Janeiro, RJ) e Gal Cipreste Marinelli (São Gonçalo, RJ) são duas artistas interdisciplinares trans não-binárias que transitam por foto-escultura, cinema, educação e música. Em colaboração realizaram “GH, Gal e Hiroshima”, um entrelaçamento de duas autobiografias – elas foram finalistas do prêmio Louis Roederer Discovery Award no Les Rencontres d’Arles 2022. Segundo elas, o portfólio aborda o tema “Sonhos” por meio do desejo de imaginar infâncias dissidentes livres: “Ser uma pessoa desobediente de gênero implica em sonhar com mundos possíveis. A imagem das pernas entrelaçadas é uma afirmação de vida“.

 O fotógrafo paulista Luiz Gustavo Gomes Cardoso foi o segundo colocado com a série “In Situ”, e  a fotógrafa gaúcha Samy Sfoggia a terceira, com a série “Period”. Coube à fotógrafa mineira Luisa Macedo o Prêmio Lovely House com a série “Deriva”. Já a fotógrafa paranaense Luiza Kons (PR) foi contemplada do prêmio Photo Climat com a série “Em nome da mãe e do pai”. A artista visual Marina Alfaya, de Salvador (BA), foi a vencedora do prêmio do Júri Popular com a série “Sonho morno”. Já o fotógrafo paulista  Ricardo Tokugawa (SP) recebeu a menção honrosa com a série “Utaki”.

O paulistano Luiz Gustavo Gomes CardosoIn Situ, 24 ano, é graduado em Tecnologia da Fotografia pelo SENAC (SP) e filho de pais negros com origem mineira. Ele busca referências na música negra, fotografia, pintura e cinema, fazendo um paralelo com identidade, gênero e padrões sociais. O projeto In Situ é composto por fotografia em autorretrato, colocando o autor como protagonista e personagem de seus próprios sonhos.

O concurso Prix Photo é aberto a fotógrafos profissionais e amadores, e busca valorizar propostas artísticas originais, experimentais, sejam abstratas ou documentais, e que possam oferecer um olhar diferenciado sobre as temáticas atuais propostas e que representam um eco das grandes questões do momento.

A fotógrafa Samy Sfoggia é atualmente a responsável pelo laboratório fotográfico do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Segundo ela, Period é uma série criada a partir de experimentações com a fotografia, resultado de um extenso processo de construção que envolve, além de imagens de acervo, apropriação, colagem e desenho, entre outros procedimentos.

O júri na mais recente edição foi formado por: Erika Negrel, secretária geral do Réseau Diagonal, rede que reúne locais de exibição, prática e produção fotográfica na França; o fotógrafo e colecionador de fotografia contemporânea Joaquim Paiva; a fotógrafa Marcela Bonfim; Nicolas Henry, fotógrafo francês e organizador da bienal PhotoClimat; Paulo Marcos, fotógrafo e diretor do Ateliê Oriente; Rony Maltz, artista visual, professor e editor assistente da revista ZUM, e a galerista francesa Valérie Cazin.

Segunda a fotógrafa Luisa Macedo, Deriva é um inventário de colagens fotográficas e textos que surgem de imagens de acervo tanto da artista quanto das encontradas a partir de pesquisas sobre mulheres viajantes do início do século 20

A fotógrafa Luiza Kons usa a fotografia como uma ferramenta política para refletir as relações e os vínculo;  sua série aborda isso: ​​”É no seio familiar dos ensinamentos passados em nome da mãe e do pai, que escutei como deveria me comportar”, diz.

Segundo a artista visual Marina Alfaya, a série “Sonho morno” tem dez imagens e cada uma delas é formada por cruzamentos de paisagens urbanas e naturais da capital Salvador, da Ilha de Itaparica e de Cachoeira e Santo Amaro, cidades dentro do Recôncavo Baiano, território que abraça a Baía de Todos os Santos.

O fotógrafo Ricardo Tokugawa  diz que a série Utaki é como um jogo inventado,usa da  ambivalência e abre espaços para que sempre se possa imaginar outras coisas.

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