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03-2023

Cotidiano e paisagem pelo olhar de grandes fotógrafos brasileiros

A exposição itinerante e on-line “Para além das margens”, que chega a São Luís (MA) com um convite para uma imersão pela cultura e natureza brasileiras, fica em cartaz até 27 de maio, no Centro Cultural Vale Maranhão. Com curadoria de Gabriel Gutierrez, diretor e coordenador artístico do CCVM, reúne trabalhos dos fotógrafos Pierre Verger, Marcel Gautherot, Walter Firmo, Maureen Bisilliat, Elza Lima, Ronney Alano e Christian Knepper, além de três vídeos do artista mineiro Cao Guimarães.

Barcos carregados chegam à feira Água de Meninos, em Salvador (BA), em 1950 –Pierre Verger

As imagens retratam o cotidiano de comunidades brasileiras em relação à paisagem em que vivem, e exaltam o trabalho popular como fonte de origem da cultura. Passando por registros históricos, como os feitos em viagens no Brasil pelos franceses Pierre Verger e Marcel Gautherot, e chegando à atualidade com fotógrafos contemporâneos, como o alemão radicado no Brasil Christian Knepper, “Para além das margens” apresenta um Brasil do passado que se perpetua até hoje. “O resultado da simbiose entre paisagem e homem é a sabedoria que o povo entrega à sociedade em forma de festas, culinária, ritos religiosos e outras expressões ricas e necessárias, presentes nas diversas fotografias que compõem a exposição”, afirma Gutierrez.

Indígenas em competição com canoas na região de Paragominas (PA), em 2009 – Christian Knepper

O título “Para Além das Margens” é umareferência direta à influência da água na condução dos caminhos trilhados pelos habitantes de regiões litorâneas, ribeirinhas e de mangues, e em como a água define destinos, hábitos e culturas. A documentação de comunidades tradicionais amazônicas é um dos pontos em comum entre os trabalhos de alguns dos fotógrafos expostos. Entre eles, a paraense Elza Lima e o alemão Christian Kneeper.

Meninos nadam no Rio Trombetas, no Pará, em 1987 – Elza Lima

Elza tem como foco de seu trabalho as tradições culturais e o cotidiano das populações ribeirinhas do Pará. Em sua carreira, trabalhou na Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves criando um acervo fotográfico das manifestações culturais da região amazônica, e, em convênio com a Fundação Nacional do Índio, iniciou o trabalho de documentação de tribos indígenas da Amazônia Legal.

Cena da tradicional Missa do Vaqueiro em Serrita (PE), em 2009 – Walter Firmo

Knepper vive no Brasil desde 1989 e fotografa natureza, turismo e comunidades tradicionais, principalmente em locais isolados no Nordeste e na Amazônia, tendo São Luís como um de seus principais destinos, além de um trabalho de documentação de rios do cerrado brasileiro. Com vários prêmios no currículo, ele venceu, por exemplo,  duas vezes (2007 e 2009) o extinto Concurso Leica-Fotografe na categoria Cor.

Para entrar na versão on-line da exposição, acesse: encurtador.com.br/cnpzQ.

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