04-2019
Olhos voltados para o mar
Por Juliana Melguiso
O fotógrafo Alfabile Santana, de 32 anos, pode ser descrito como jovem talento da era das redes sociais. Autodidata, aprendeu aos poucos as diversas técnicas que levaram suas imagens de paisagem e de cotidiano a atrair muitos fãs na Internet – tem quase 50 mil seguidores no Instagram. Natural de Balneário Camboriú, mas estabelecido em Itajaí, ambas as cidades do litoral de Santa Catarina, o mar é uma constante em sua produção fotográfica.
A paixão pela fotografia surgiu há cerca de cinco anos, quando ele comprou o primeiro smartphone e começou a registrar com mais frequência tudo que lhe interessasse. “A partir daquele momento, começou a nascer uma vontade em fotografar que era quase anormal. Foi então que amigos e pessoas começaram a me incentivar a melhorar e a me dedicar à fotografia”, conta Alfabile.
Para adquirir mais conhecimento, ele resolveu participar de grupos em redes sociais, exclusivos para os amantes da fotografia, e também conversar com profissionais da área, recolhendo dicas e ideias que pudessem fazê-lo evoluir. Com o tempo, comprou uma câmera DSLR Sony Alpha A230, com lentes 18-55 mm e 55-200 mm. Isso fez com que suas imagens ganhassem cada vez mais qualidade, o que o ajudou a criar uma identidade visual própria.
Do virtual para o papel
Alfabile foi ganhando mais visibilidade graças ao seu estilo de fotografar paisagens naturais ou urbanas. Assim, suas imagens saíram do mundo virtual e começaram a estampar as páginas de jornais locais e até de revistas internacionais, como a National Geographic de Portugal, que publicou uma foto feita por ele com um Samsung S7 em 2016. Também passou a ser leitor assíduo da Fotografe e conta que já se inspirou em matérias da revista para compor imagens. Ele teve uma foto publicada na seção “Revele-se” de Fotografe (edição 258) e diz que ter seu material na seção “Portfólio do Leitor” é realizar um sonho. “Isso fará parte da minha vida para sempre”, emociona-se.
O fotógrafo já participou de diversas exposições coletivas pelo Brasil e trabalha diretamente com a venda de suas fotos para a decoração de ambientes, tendo como referência e inspiração o fotógrafo australiano Peter Lik. Alfabile diz que, para garantir maior satisfação do cliente nessa área, faz impressões em papel de algodão com tinta mineral para assegurar maior qualidade e durabilidade da obra (pode chegar a 100 anos ou mais de preservação). Na pós–produção, ele usa Lightroom para organização e o Photoshop para ajustes na imagem.
Para ter ainda mais qualidade final na captação das imagens, Alfabile foi em busca de uma câmera com sensor full frame e com um preço que coubesse no bolso. Acabou chegando à DSLR Sony Alpha A900, que ele usa acompanhada das lentes Tamron 70-200 mm e Minolta 75-300 mm, ambas de abertura f/2.8. Ele também arrisca alguns cliques com uma Olympus XZ-1 (compacta com excelente zoom luminoso 28-112 mm f/.8-2.5) e, claro, com smartphone (agora, um Samsung S5).
Hoje, além de trabalhar com a venda de fotos para decoração (e a divulgação delas no Instagram), Alfabile Santana vem pensando em um projeto que aborda a fotografia como um tipo de terapia para pessoas debilitadas em hospitais, casas de repouso para idosos, entre outras. “Várias pessoas conversaram comigo pelas redes sociais sobre o poder terapêutico que minhas imagens têm. Então, imaginei que isso poderia ajudar pessoas de alguma forma”, explica ele. Agora, o desafio é montar até o final de 2018 esse projeto terapêutico por meio da fotografia.