O jogo de cores nas ruas estreitas de medina de Marrakech, a área antiga e histórica da cidade morroquina

O fotógrafo italiano Nicola Fioravanti, que vive em Paris, foi o grande vencedor geral Color Photography Contest do 1839 Awards 2025 com a série “Marrocos, Atlas Sentimental”. Segundo Fioravanti, o projeto é uma homenagem sincera ao país de sua esposa. “No Marrocos, as cores não são apenas vistas, mas vivenciadas. É também uma jornada profundamente pessoal, que busca compreender a terra onde nasceu a mulher que amo”, explica.

Crianças jogando futebol na rua é uma cena comum nas principais cidades do Marrocos

O segundo lugar no geral ficou com o fotógrafo tailandês Jatenipat Ketpradit com o trabalho “Dança dos Deuses”, que reúne retratos de um grupo de monges prontos para um ritual sagrado do budismo tibetano e mongol: a dança Tsam, também conhecida como Cham, que personifica a batalha divina entre o bem e o mal. Ela envolve dançarinos, geralmente jovens lamas, que vestem trajes e máscaras que representam deidades, demônios, animais ou figuras reais. 

O Tsam (ou Cham) é uma dança sagrada tanto no budismo do Tibete quanto da Mongólia, onde surgiu no século VIII

Por meio dessas máscaras complexas, trajes suntuosos e coreografia precisa, os lamas (monges) canalizam as divindades ferozes para purificar e proteger. “A série revela a mística da mais rara tradição de dança de máscaras da Mongólia”, diz Ketpradit. A dança combina corpo, linguagem e conhecimento em uma mensagem unificada sobre a superação do mal, explica o fotógrafo. Ela surgiu no século VIII e tornou-se parte significativa do budismo da Mongólia antes de ser banida pelo regime comunista do país em 1924.

Para o Tsam são usados adornos coloridos de seda pura e máscaras que representam animais, demônios e deidades

O terceiro lugar foi para o fotojornalista palestino Abdelrahman Alkahlout com uma única e impressionante feita foto em Gaza e intitulada “Espírito Inquebrável: Adoração em Meio à Destruição”. A cena, captada de um ponto de vista do alto, mostra centenas de muçulmanos palestinos rezando na rua, ao lado dos escombros de uma mesquita em Gaza destruída por ataques aéreos israelenses. “Sob um céu esfumaçado, eles continuam sua adoração em um lugar que antes era um santuário de paz, simbolizando a resiliência em meio à destruição implacável”, relata o fotógrafo.

Ao lado da mesquita destruída por um bombardeio de Israel em Gaza, centenas de muçulmanos fazem expressam sua devoção

O nome do 1839 Awards tem relação com um dos anos mais importantes na criação da fotografia e concurso está em sua segunda edição. Para conferir todos os premiados nas diversas categorias para profissionais e não profissionais do Color Photography Contest 2025 acesse o site www.1839awards.com/contests/winners/color.