05-2017
Tradicional Festa do Divino de Alcântara (MA) em fotos
A história que ronda a cidade maranhense Alcântara é a de que Dom Pedro II chegou a planejar uma visita à cidade. A ansiedade para receber a corte foi tanta que as duas famílias mais poderosas da cidade se desafiaram a construir os maiores e melhores palácios da cidade, o que, segundo a lenda, não agradou o imperador. Ele nunca pisou na cidade, mas nem por isso a festança foi cancelada: os habitantes simulam anualmente esta passagem durante a festa do Divino Espírito Santo. O fotógrafo carioca Marcio RM acompanhou a celebração e organizou a mostra Ponte para o Passado, em exibição até o dia 23 de junho de 2017.
A festa, que dura doze dias, ocorre na Praça Matriz, ao lado das ruínas da Igreja de São Matias. A peculiaridade da festa em relação às demais celebrações do Brasil está no fato de fazer parte também do calendário da religião afrodescendente Tambor de Mina. Alcântara era também um dos sobrenomes de D. Pedro II, e um dos significados de raiz árabe é “ponte”; a proposta do ensaio, segundo o fotógrafo, é fazer as pontes entre o passado, história e culturas populares.
Todo ano, um grupo de crianças é escolhido para formar o Império, encabeçados pelo Imperador e pela Imperatriz, autoridades máximas da cidade no período da festa. O cortejo desfila diariamente, seguido pelas Caixeiras, que são as mulheres responsáveis pelos rituais da festa, que acompanham a festa tocando “as caixas do Divino”. Cada dia da festa tem sua cor própria – nos primeiros dias, usa-se branco; no primeiro domingo, verde ou azul, cores imperiais; no último domingo, de Pentecostes, 50 dias após a Páscoa, o tradicional vermelho do Divino.
Esta é a 17ª exposição individual de Marcio RM só no Rio de Janeiro, que é fotógrafo profissional desde 1982. A série Ponte para o Passado faz parte de um trabalho de longa duração que está produzindo, documentando as festas populares pelo Brasil.
Serviço
Data: até 3 de julho de 2017
Local: Centro Cultural Cândido Mendes, entrada pela Rua da Assembleia, 10 (subsolo) – Centro, Rio de Janeiro
Informações: (21) 2531-2000