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09-2023

Nikon anuncia mirrorless Zf com design retrô e muitos recursos de alta tecnologia

Depois do modelo Df, uma DLSR lançada em 2013, e da mirrorless Zfc, apresentada em 2021, a Nikon volta ao design retrô com o anúncio da Zf, também uma   câmera sem espelho que combina o design icônico da histórica analógica FM2 com a tecnologia atual da série Z, como recursos emprestados das “irmãs” Z6 II, Z8 e Z9.

A nova Nikon Zf tem design que remete à antiga FM2 da época do filme

O centro nervoso da tecnologia da nova Nikon Zf é o rápido e poderoso  processador  Expeed 7 aliado a um sensor full frame CMOS retroiluminado de 24,5 megapixels. Essa combinação permite um desempenho aprimorado de foco automático, altas velocidades de disparo e ótimo desempenho com pouca luz. O processador também é a base de recursos totalmente novos, caso do modo de disparo com deslocamento pixels que produz altíssimas resoluções e que se sustenta no sistema de estabilização de imagem mais avançado da Nikon.

Para você entender: a Nikon é mais um fabricante que usa seu sistema de estabilização de imagem para oferecer um modo de deslocamento de pixel multidisparo, movendo o sensor em graus precisos para garantir a captura de cada cor em cada posição de pixel ou em frações de pixel para aumentar a resolução da imagem de saída. O sistema da Nikon tem quatro modos e todos exigem que os arquivos RAW sejam combinados em software de desktop: um modo de quatro fotos que captura cores em cada pixel; um modo de oito fotos que faz isso duas vezes (para melhorar ainda mais a qualidade tonal e atenuar o ruído); um modo de 16 fotos que também aumenta a resolução da imagem; por fim, uma versão com 32 imagens que também eleva essa resolução a 96 MP.

O sensor CMOS câmera mirrorless é full frame, com resolução de 24,5 megapixels

Tem mais: a adoção do Expeed 7 leva o reconhecimento de assunto para o sistema AF da câmera, bem como uma implementação “Rastreamento 3D” semelhante ao da Z9, a top de linha, além do sistema de reconhecimento de novos tipos de tema. Há ainda uma redução de ruído que suaviza de forma mais agressiva áreas que parecem não ter detalhes. Foi essa redução de ruído nos arquivos JPEGs e HEIF que convenceu a Nikon a permitir que a faixa ISO da câmera se expandisse para 204.800 – ou não expandido também sobe para 64.000. A mudança para o processador também permite que o Zf capture arquivos RAW compactados com o sistema de alta eficiência, visto pela primeira vez na Z9.

O modo P&B da Zf oferece uma escolha de perfis mono, incluindo “Flat mono” de baixo contraste e “’Deep tone mono”, que acentua os detalhes em vermelho na cena. Esses perfis podem ser aplicados tanto a imagens fixas como a filmagens de vídeo e realçam o foco da Nikon no processo criativo.

Visão traseira da Zf: o processador Expeed 7 é o responsável pelos  recursos avançados da câmera 

No quesito estabilização de imagem, numa etapa que fica cada vez mais difícil de oferecer melhorias adicionais, a Nikon diz que o desempenho do Zf foi melhorado ao vincular o sistema de estabilização (VR) ao ponto de foco automático escolhido. A lógica é que os movimentos de orientação e guinada (ação para cima/para baixo e rotação para a esquerda e para a direita) causam mais deslocamentos na imagem em relação ao centro, principalmente com lente grande angular. A Nikon informa que o sistema IBIS da Zf usa  o ponto AF selecionado como o centro das correções, em vez da região central da imagem. Isso ajudaria a gerar uma estabilização mais eficaz com a grande angular, já que essa abordagem manteria a nitidez no ponto que está focado e não fora dele.

Uma mudança interessante é a forma como a câmera arquiva as imagens: enquanto o Z6 II tem um slot CFexpress Tipo B ao lado de outro para cartão SD UHS-II secundário, o Zf oferece uma solução incomum de slot UHS-II SD com microSD SUS-I. Embora isso não tenha impactado a velocidade máxima de disparo de ambos os modelos, a mudança do CFexpress Tipo B reduz as taxas de liberação do buffer, pelo menos em certas situações.

A nova mirrorless retrô vem com monitor traseiro móvel e sensível ao toque de 3,2 polegadas

A velocidade de disparo, aliás, pode variar de 11 imagens por segundo (ips), que é a taxa máxima em RAW (no modo Continuous High Extended), a até 14 ou 15 ips, dependendo do uso do obturador eletrônico ou mecânico para o modo JPEG. Existe também um modo ‘C30’ somente em JPEG que usa um stream de vídeo para capturar imagens na velocidade de 30 ims, como na Z8 e na Z9.

Ao contrário da antiga Df, que usava a pureza fotográfica para não ter recursos de vídeo, a Zf é bastante capaz nesse aspecto: pode gravar até 4K/60 a partir de um corte APS-C (DX na linguagem da Nikon) do sensor ou pode capturar 4K até 30p a partir de toda a largura de pixels de 6K do seu sensor.

Os comandos na parte superior da Nikon Zf remetem às antigas câmeras analógicas

A Nikon Zf chega ao mercado dos EUA por US$ 2 mil e tem muitas rivais nessa faixa de preço. É interessante notar que, embora seu estilo traga algo os concorrentes não oferecem, a Nikon não usou isso como desculpa para oferecer especificações medianas. O design retrô é seu grande charme e seus recursos, sua força.

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