10-2023
Leica lança primeira câmera do mundo com sistema de autenticação de conteúdo para combater fake news
A alemã Leica sempre foi uma empresa inovadora – a começar pela criação da câmera de formato 35 mm em 1923. Agora, com o lançamento do modelo M11-P, ela apresenta a primeira câmera do mundo que pode atualizar digitalmente seus arquivos e adicionar metadados de “credenciais de conteúdo” usando o sistema desenvolvido pelo protocolo Content Authenticity Initiative (CAI). Esses metadados seguros são salvos em paralelo com os dados EXIF convencionais e podem ser usados para confirmar quem criou a imagem e se foram feitas edições e adições para fornecer um histórico comprovável para várias aplicações, como reportagens, nas quais a procedência da imagem é crítica.
A Leica M11-P chega ao mercado com uma grande inovação ao acrescentar um sistema de autenticação de imagens
O CAI, ou “iniciativa de autenticidade de conteúdo”, em tradução livre, é uma tentativa colaborativa de incluir autoria segura e confiável e edição de metadados em arquivos para que sua procedência possa ser verificada. O protocolo foi iniciado pela Adobe, mas foi desenvolvido pela Coalition for Content Provenance and Authenticity, um grupo da indústria que inclui a Intel, a BBC, a Microsoft e o designer de chips Arm. Os membros da coligação incluem agora não apenas a Leica, mas também a Canon e a Nikon no lado do hardware, enquanto os membros da comunicação social incluem o The Washington Post, o New York Times e o Wall Street Journal.
Houve tentativas de fornecer metadados de prova de origem antes, com Canon e Nikon tendo seus próprios sistemas proprietários, ambos posteriormente quebrados. O CAI tem as vantagens do suporte dos fabricantes de chips, permitindo que os arquivos sejam assinados digitalmente em nível de hardware, e um espírito de código aberto, o que significa que qualquer pessoa pode desenvolver ferramentas para ler e editar o histórico de um arquivo com dados CAI. A autenticidade de uma imagem pode ser facilmente verificada a qualquer momento usando uma ferramenta CAI de código aberto disponível gratuitamente ou visitando https://contentcredentials.org/verify.
A nova versão da M11-P é hoje a única com o protocolo CAI, mas Canon e Nikon devem anunciar seus modelos com o sistema em breve
Numa época em que as imagens generativas geradas por inteligência articial (IA) se tornam mais convincentes, a necessidade de provar que as imagens noticiosas são verdadeiras deve ser baseada em um protocolo confiável, que mostre quem fez a fotografia e que alterações foram realizadas nela. O próximo passo fundamental será verificar se as câmeras Canon, Nikon e Sony mais utilizadas pela imprensa passam a incorporar essa capacidade. A Nikon anunciou uma Z9 compatível com CAI, enquanto a Sony parece ter adotado seu próprio sistema.
Além da capacidade de gravar e assinar dados CAI em JPEGs e DNGs, o M11-P chega com atualizações: 256 GB de armazenamento interno, acima dos 64 GB no padrão da linha M, um monitor de vidro safira mais resistente a arranhões no LCD traseiro, revestimento “cromo escuro” na janela do visor e a logomarca Leica escrita na placa superior, em vez do tradicional ponto vermelho à frente da câmera. Ela é vendida por preço sugerido (e salgado) de US$ 9.195.
A logomarca da Leica aparece apenas na parte superior do modelo M11-P, que tem um design sóbrio