O fotógrafo explorador urbano e aventureiro Isaac Wright, mais conhecido como Drift, foi preso no final de maio de 2025 na abertura de sua primeira exposição individual, “Coming Home”, realizada em Nova York, EUA, depois que a polícia usou uma foto como evidência de que ele havia escalado o topo do Empire State Building. Wright saiu algemado da Galeria Robert Mann, em Chelsea, levado por quatro policiais, e seu crime é escalar prédios icônicos sem permissão para fotografar.

A imagem de Wright, Empire State of Mind, feita em 2024 no topo da torre do famoso arranha-céu, estava pendurada na parede da exposição da galeria e foi usada como prova pelo NYPD. O polêmico fotógrafo teria pegado o elevador turístico até o 102º andar, passando por câmeras de segurança e um portão trancado que levava à torre. Subiu até o topo e sentou-se ao lado do farol vermelho, a 388 metros de altura, para fotografar. Por isso, foi acusado de invasão de propriedade em terceiro grau, uma contravenção segundo a lei do estado de Nova York.

Robert Mann, dono da galeria que representa fotógrafos importantes, incluindo Ansel Adams, disse ao jornal The New York Times que ficou perplexo. “Ansel Adams provavelmente invadiu a propriedade na sua época para fazer uma ótima foto, como muitos fotógrafos fizeram. Mas, em toda a minha vida, nunca vi um artista ser tirado de uma abertura de exposição algemado”.

Wright conquistou seguidores fiéis nas redes sociais graças à sua imagens vertiginosas captadas em telhados e alturas elevadas – e, por isso, já foi preso diversas vezes por escalar prédios ilegalmente. O fotógrafo tornou-se alvo de uma caçada nacional após fotografar do topo da Great American Tower, na Queen City Square, em Cincinnati, Ohio, sem permissão. A polícia realizou buscas em vários estados e fechou uma rodovia interestadual para capturá-lo.

Antes de se tornar fotógrafo, Wright serviu como paraquedista no Exército dos EUA e foi destacado para o Oriente Médio. Mais tarde, trabalhou como capelão em uma base militar na Louisiana. Após ser diagnosticado com depressão, recorreu à fotografia em 2018 como forma de lidar com o estresse pós-traumático. Escalar e fotografar lhe deram um senso de propósito e ajudaram na recuperação, diz ele.