O fotógrafo brasileiro Lalo de Almeida, do jornal Folha de S.Paulo, está entre os quatro vencedores do renomado Prêmio Maria Moors Cabot 2024, conferido pela Faculdade de Jornalismo da Universidade Columbia (EUA). Lalo receberá o prêmio pelo conjunto de seus 30 anos de trabalho no fotojornalismo retratando ameaças ao meio ambiente e aos povos originários, além de migratórias.

O fotógrafo recebe o Prêmio Maria Moors Cabot pelo conjunto de seu trabalho de 30 anos em reportagens de grande importância

Algumas de suas principais reportagens fotográficas de Lalo são “A batalha de Belo Monte” (2013), “Um mundo de muros” (2017), “Crise do clima” (2018) e “Desigualdade global”(2019), todas ganhadoras de prêmios nacionais e internacionais. Em 2021, a série “Pantanal em chamas”, publicada pela Folha, ganhou o World Press Photo, principal premiação do fotojornalismo internacional, na categoria Meio Ambiente.

Imagem marcante da série “Pantanal em Chamas”, vencedora do World Press Photo de 2021 em Meio Ambiente

No ano seguinte, ele foi eleito o fotógrafo ibero-americano do ano pelo Pictures of the Year (POY) Latam, concurso dedicado à fotografia documental na América Latina. O projeto Distopia amazônica, que retrata a destruição da floresta em ações de desmatamento, incêndios, mineração e a invasão de terras indígenas, recebeu o Eugene Smith Grant in Humanistic Photography e foi o vencedor global, na categoria Projetos de Longo Prazo, do World Press Photo de 2022.

A destruição da Amazônia é um dos focos do trabalho jornalístico e documental do fotógrafo da Folha de S.Paulo

“Suas imagens nos mostram não apenas um mundo que vale a pena salvar, mas também refletem a empatia e o profundo respeito com que ele trata as histórias e as pessoas a quem dirige seu olhar”, informa o anúncio dos vencedores do Maria Moors Cabot. Em entrevista para a Folha, o fotógrafo paulista disse: “Eu fico muito feliz com o fato de o prêmio reconhecer a fotografia como um instrumento muito importante dentro do jornalismo, uma ferramenta de comunicação muito direta, muito eficiente”.

A reportagem documental Distopia Amazônica foi ganhadora da Categoria Projetos de Longo Prazo do World Press Photo de 2022

Lalo de Almeida agora faz parte de um seleto grupo de jornalistas e publishers brasileiros vencedores do Maria Moors Cabot, sendo com Adriana Zehbrauskas os únicos representantes da fotografia. Em 2024, além de Lalo, foram agraciados com o prêmio Carlos Ernesto Martínez, repórter investigativo do jornal El Faro, de El Salvador; John Otis, correspondente internacional da rádio NPR, dos Estados Unidos, e integrante do Comitê para a Proteção dos Jornalistas; e Frances Robles, repórter investigativa do jornal The New York Times.

Lalo de Almeida tem 54 anos e estudou fotografia no Instituto Europeu de Design, em Milão, Itália