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01-2025

Fotógrafo canadense bate recorde mundial de sessão subaquática com modelo mais profunda do mundo

Se a profundidade de campo já é um conceito mais que manjado na fotografia, o canadense Steve Haining quer trabalhar com outro tipo de profundidade: a do mar. Ele  continua a testar os limites em sessões debaixo d’água e estabeleceu um novo recorde mundial para entrar no Guinness Book ao fazer retratos de uma modelo a impressionantes de 49,80 metros de profundidade (o anterior era de 40 metros).

Haining e a modelo Ciara Antoski, também do Canadá,  mergulharam o equivalente a um prédio de 14 andares para reivindicar o recorde mundial oficial para a sessão de fotos de modelo subaquática mais profunda, ocorrida no naufrágio do Hydro Atlantic, em Pompano Beach, Flórida – que está além do limite de não descompressão de 40 metros, ou seja, a maior distância que as pessoas podem mergulhar antes de fazer paradas no caminho de volta à superfície. Essas pausas dão tempo ao corpo para liberar gases de nitrogênio que se acumulam no tecido. Subir muito rápido ou exceder o limite de não descompressão sem liberar o nitrogênio adequadamente pode resultar em doença de descompressão ou mal dos mergulhadores.

Para reduzir o risco de doença de descompressão, Haining e sua equipe usaram misturas de gases, como adicionar hélio ao suprimento de ar bem como levar cilindros  separados de oxigênio a 100%. Eles também contaram com a ajuda do especialista em mergulho técnico e segurança Wayne Fryman. que os acompanhou. O fotógrafo e a modelo passaram por treinamento técnico, mistura de gases e práticas de descompressão para conduzir com segurança a sessão de fotos quase 50 metros de profundidade. Ciara Antoski aida teve que suportar o frio do fundo do mar usando apenas um vestido e nenhum equipamento de mergulho. Haining e Fryman fizeram um mergulho de reconhecimento antes da sessão e amarraram uma linha de bóia flutuante para que o barco de apoio soubesse exatamente onde eles estariam. Eles também prenderam cilindros extras de oxigênio à linha.

“Quebrar esse recorde não foi apenas uma questão de forçar os limites técnicos, mas também de forçar os limites da criatividade e da capacidade humana”, diz Haining. “O mar apresenta um cenário tão único e dinâmico. Ele exige um nível de precisão e foco diferente de qualquer outro tipo de fotografia. E, nesse caso, as exigências físicas eram tão altas quanto as artísticas”, completa. Mas nem tudo correu bem: pescadores estavam pescando iscas na água, o que atraiu um grande tubarão-tigre, e Haining foi picado por uma água-viva durante a descida, mas isso não o impediu de bater o recorde. Uma vez no local do naufrágio, Haining usou flashes e lanternas potentes para iluminar a modelo, que teve que se comunicar por linguagem corporal, já que sua visão estava prejudicada porque ela não estava usando óculos de proteção.

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