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11-2023

Foto icônica de bicicleta de Pelé, feita por Alberto Ferreira em 1965, é leiloada por R$ 170 mil

A incrível bicicleta de Pelé, uma das mais icônicas imagens de futebol de todos os tempos, feita pelo fotógrafo paraibano Alberto Ferreira (1932-2007), foi arrematada em um leilão durante um jantar beneficente no dia 18 de outubro, em São Paulo (SP), por R$ 170 mil – o lance inicial era de R$ 70 mil e a meta era chegar a R$ 250 mil. A organizadora do evento foi a joalheira e empreendedora social Emar Batalha, fundadora da ONG Alimentando o Bem, que promove uma série de iniciativas para acolhimento e desenvolvimento de mulheres e crianças do Guarujá, no litoral paulista. A doação da fotografia foi feita pelo banqueiro Roberto Setúbal, do Itaú, à organização do jantar beneficente – o comprador foi mantido em segredo pelo leiloeiro.

O lance mágico de Pelé: a “pedalada” perfeita congelada no ar pelo olhar talentoso de Alberto Ferreira

A foto, com filme P&B, foi captada por Ferreira com uma Leica M3 mecânica, de foco manual, para o “Jornal do Brasil” na goleada por 5 a 0 da seleção brasileira sobre a Bélgica, com o estádio do Maracanã lotado por 150 mil pessoas para ver o amistoso disputado no dia 2 de junho de 1965 – o lance é uma tentativa de Pelé de marcar um gol de bicicleta, o que não ocorreu. Ferreira fez carreira no extinto “Jornal do Brasil”, no qual foi repórter fotográfico e depois editor de fotografia, chefiando a equipe por mais de 20 anos. Cobriu seis Copas do Mundo e três Jogos Olímpicos e acompanhou a temporada de Fórmula-1 de 1972 quando Émerson Fittipaldi conquistou seu primeiro título mundial.

Alberto Ferreira no gramado do Maracanã no seu começo na carreira no “Jornal do Brasil”

Há ainda uma polêmica envolvendo a foto: quando o fotógrafo Domício Pinheiro morreu, em 1998, os jornais “O Estado de S. Paulo” e “Jornal da Tarde” publicaram a imagem com destaque como se fosse ele o autor. Pinheiro formou um enorme arquivo de fotos variadas de Pelé, mas nunca o fotografou no momento de uma bicicleta. Alberto Ferreira ficou muito irritado com o erro e ameaçou processar a Agência Estado pelo erro. Mas acabou entrando em acordo: recebeu uma quantia como “pedido de desculpas” e uma retratação dos jornais. Carlos Ferreira, filho de Alberto, conta que o pai sempre teve muito orgulho dessa fotografia. “No ano seguinte, quando veio a Copa de 1966, ele começou a estampá-la em camisas e levou algumas na bagagem para a Inglaterra. E as pessoas trocavam por algum objeto relacionado ao país de origem delas. Foi assim que a fotografia começou a rodar o mundo”, conta ele.

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