09-2024
Espanhol leva o prêmio de Fotógrafo Oceânico do Ano na edição 2024
A revista Oceanographic Magazine anunciou os vencedores gerais do concurso Ocean Photographer of the Year de 2024. Todos os 10 fotógrafos vencedores demonstram habilmente a beleza e o impacto da fotografia subaquática. O vencedor geral e novo “Fotógrafo Oceânico do Ano” é o espanhol Rafael Fernández Caballero, que superou todos os demais com imagem incrível da alimentação subaquática.
A foto premiada de Caballero, capturada na Baja Califórnia, México, mostra uma baleia de Bryde prestes a devorar um cardume de sardinhas que se amontoou para se alimentar de plâncton. “Um momento de alimentação é o maior espetáculo da Terra para mim. Nessa cadeia alimentar, o minúsculo plâncton atrai o cardume de sardinhas e, depois, baleias gigantes aparecem por causa das sardinhas”, diz o fotógrafo. Uma imagem muito parecida de Caballero foi a ganhadora da categoria Retrato e Comportamento no concurso Underwater Photographer of the Year de 2024 (veja na edição 327).
Coincidentemente, a imagem vencedora na categoria Fotógrafo de Vida Selvagem do Ano também foi capturada em Baja Califórnia Sur. Outro espanhol, Manuel Castellanos Raboso, foi o melhor na categoria por sua imagem de um mahi-mahi, às vezes chamado de peixe-golfinho, também em meio a um momento de alimentação. “Os vibrantes tons de amarelo e verde brilham intensamente sob a luz do sol refratada contra o azul deslumbrante do Oceano Pacífico. A cena captura a essência da caça e a energia da vida marinha na Baja Califórnia, um dos meus lugares favoritos na Terra”, diz Raboso.
O britânico Henley Spiers ganhou a categoria Fotógrafo de Fine Art do Ano com uma imagem hipnotizante de uma arraia mobula nadando nas águas da… Baja Califórnia, claro. Um lugar reconhecidamente privilegiado para fotografia subaquática. “No outono, a água está limpa, um bônus para a fotografia subaquática, mas também significa menos comida para as arraias, que se alimentam por filtro. À noite, penduramos uma luz verde na parte de trás do barco e isso faz o plâncton se reunir ao redor dela. As arraias surgiam para comer e pareciam voar pela água enquanto perseguiam seu jantar. Usei uma exposição de dois segundos para capturar seus movimentos que, para meus olhos, pareciam um balé aquático”, diz Spiers.
Eleito o Fotógrafo do Ano na categoria Aventura, o alemão Tobias Friedrich fez sua fotos longe da costa leste do México: foi nas Bahamas, no Caribe, que ele registrou um mergulhador nadando perto de um grande naufrágio. Ele estava nessa viagem para fotografar tubarões-tigre e tubarões-martelo, mas o mau tempo o forçou a uma mudança de planos. Ele e seus colegas mergulhadores decidiram explorar um naufrágio próximo, e a decisão rendeu dividendos. “Na ocasião, havia um vão entre a proa e popa do barco naufragado, o que se mostrou uma excelente oportunidade fotográfica”, relembra.
A conservação é parte integrante da fotografia da natureza e, por isso, o concurso tem duas categorias dedicadas ao tema. A imagem do dinamarquês Frederik Brogaard mostrando uma baleia-fin esperando para ser abatida na Islândia venceu a categoria Fotógrafo de Conservação (Impacto) do Ano. As baleias-fin são a segunda maior espécie de baleia do mundo, e o animal seria abatido em uma usina de processamento na Islândia antes de ser enviado ao Japão. “Logo após fazer a imagem, a baleia foi içada pela rampa”, diz Brogaard. “A foto pode induzir um sentimento de desesperança, pois graças aos protestos das pessoas, houve o cancelamento da temporada de caça às baleias em 2023 na Islândia. Mas, infelizmente, uma cota de caça às baleias foi emitida novamente em 2024. Espero que a foto aumente a conscientização e sirva de inspiração para manter a pressão pública. As baleias são cruciais na contra as mudanças climáticas, sequestrando toneladas de CO2 em sua vida. Valem mais vivas do que mortas para humanidade”, diz Brogaard.
Em uma cena mais motivadora para o meio ambiente, a imagem do canadense Shane Gross de uma tartaruga marinha verde sendo solta por um pesquisador nas Ilhas Seychelles ganhou o prêmio na categoria Fotógrafo de Conservação (Esperança) do Ano.
Já o Prêmio Conexão Humana: Pessoas e Planeta Oceano ficou com o chinês Zhang Xiang. Ele fez a imagem vencedora em Fujian, China, destacando um pescador tradicional chinês caminhando por uma praia ensolarada. “A vista deslumbrante atrai muitos turistas, gerando renda para a população local”, explica Xiang.
A fotógrafa malaia Ipah Uid Lynn ganhou o Prêmio Feminino Fifty Fathoms com uma imagem de um tubarão-baleia cercado por um cardume de peixes. “Fiz a foto durante o nascer do sol em águas rasas e usei uma luz de vídeo subaquática, assim como uma luz colorida para destacar o tubarão-baleia e o peixe contra o fundo escuro. A composição enfatiza a escala e a graça do tubarão-baleia, e a imagem mostra a interação hipnotizante entre luz, movimento e vida marinha”, explica a fotógrafa.
Shane Gross ganhou outra categoria em 2024,o prêmio Ocean Portfolio Award. O portfólio de Gross pode ser na íntegra o site da revista Oceanographic, assim como as demais fotos premiadas e as que ficaram em segundo terceiro lugares – acesse https://oceanographicmagazine.com. O trabalho de Gross apresenta uma diversificada gama de assuntos, incluindo pequenos peixes com sacos de ovos, um crocodilo, tubarões, um polvo, girinos… Todas as imagens vencedoras serão mostradas em uma exposição em Sydney, Austrália, que abre em 28 de novembro de 2024.