Seja para fotografar modelos para trabalhos autorais, seja para atender um cliente que deseja imagens mais criativas e ousadas para decoração ou para vender em galeria de arte, a produção de uma imagem conceitual de nu envolve, segundo o mestre Brasilio Wille, uma composição de elementos entre o momento do clique e a edição final. “Como é uma foto conceitual, ela se transforma à medida que você vai executando o trabalho”, explica ele – que conta os detalhes de como realizou recentemente um ensaio de nu e sensualidade dentro da linha conceitual.

Concepção da ideia

Brasilio Wille explica que a ideia principal deste ensaio era realizar as fotos sem que fosse possível identificar as modelos. Portanto, ele optou por fotografar as garotas seminuas com um tecido na cabeça. Depois, definiu uma iluminação dramática ao escolher uma luz mais dura, com sombras marcantes.

No esquema de luz, usou dois flashes V-Lite 950 em meia potência. Dois refletores beauty dish com colmeia foram acoplados a cada flash como modificadores de luz dura. A iluminação Um longo tecido, que cobre o
rosto da modelo, foi a solução encontrada pelo fotógrafo para acrescentar mistério ao ensaio foi colocada acima da modelo com a ajuda de duas girafas, uma de cada lado da cena, sempre posicionando os flashes em direção ao centro. “Direcionei a luz para baixo, criando uma região bem iluminada e outra com pouca iluminação, jogando um pouco de luz para cada lado”, explica.

As duas modelos foram posicionadas bem abaixo da luz, vestidas com calças e tecidos cobrindo o rosto. O especialista dirigiu os movimentos que as modelos faziam no set interagindo com elas, sugerindo poses e atitudes
que harmonizassem com a ideia e o conceito da foto.

Arte com pós-produção

Depois de captar as imagens em formato RAW, Wille começou a ajustar e a criar distorções, algo permitido dentro do conceito de arte. Ao usar ajustes e presets na edição, como as tabelas LUT (Look-up Table), que fazem uma nova linearização ao modificar o processo de cor de uma imagem, Brasilio Wille foi incrementando e experimentando várias possibilidades até chegar
ao resultado que mais o agradava em termos de cor e textura.

O passo seguinte foi realizar no Photoshop pequenos retoques e correções, como tirar manchas da pele e corrigir posições do corpo e formatos utilizando o filtro Liquify. Ele também selecionou na internet uma série de texturas e fundos, como manchas de tinta, aspecto grunge, textura de lona, e tudo que ele acreditava que pudesse combinar com o conceito da série, criando uma interessante distorção de “ruídos” na imagem.

“Após esse processo, as imagens de base iniciais já estavam prontas, gerando uma percepção de foto artística, que envolve as distorções visuais e a irrealidade. Com os recursos do Photoshop ainda apliquei elementos, como fumaças e outros efeitos e desenhei sobre o corpo das modelos, acrescentando borrados e desfoques, conforme a liberdade que eu tinha para criar algo sem as amarras de um projeto encomendado”, explica o fotógrafo.

Quem é Brasilio Wille

Fotógrafo e professor de fotografia há 41 anos, Brasilio Wille é especializado em uma variedade de assuntos. Mestre em iluminação de estúdio e direção de modelos, ele quer ensinar você a melhorar suas fotos por meio de técnicas simples e práticas em cursos e workshops presenciais ou online.

Aprenda mais nos cursos online: http://wille.com.br

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