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06-2025

Conheça os vencedores do concurso BigPicture  Natural World 2025

A Academia de Ciências da Califórnia anunciou vencedores do concurso anual BigPicture Natural World Photography Competition 2025, que em sua 12ª edição atraiu mais de 8.000 inscrições de quase 60 países. O concurso, com sete categorias, define uma vencedor para cada uma delas e o ganhador do Grande Prêmio geral – que ficou com a fotógrafa chinesa Dong Lin Zhou com a imagem “Salto de Fé”, que mostra um grupo de lêmures na Reserva Natural Tsingy, em Bemaraha, Madagascar, grande ilha na costa sudeste africana. Zhou, uma renomada especialistas em vida selvagem, explica que os lêmures são criaturas notavelmente ágeis. Com caudas longas que proporcionam equilíbrio e membros poderosos e esguios, equipados com polegares e dedos opositores, eles se movem com facilidade pelas torres escarpadas de calcário do Parque Nacional Tsingy. As fêmeas conseguem saltar sobre uma ravina de 30 metros com um filhote agarrado a elas – como mostra a imagem vencedora. Para capturar a cena, Zhou teve saiu antes do nascer do sol, passou uma hora escalando o topo de um pico rochoso e torceu para que os esquivos lêmures-marrons (Eulemur fulvus) aparecessem. Depois de muitas horas de avistamentos decepcionantes, Zhou finalmente pôde fotografar um pequeno grupo desceu por uma “floresta de pedras”, brilhando sob a luz do fim da tarde.

Com o filhote agarrado ao seu dorso, lêmure fêmea salta de uma rocha para outra uma altura de 30 metros do solo

Também de origem chinesa, mas nascida nos Estados Unidos, Kathetine “Kat” Zhou (nenhum parentesco com Dong Lin) foi a ganhadora da categoria Vida Aquática com a foto “Minha Mãe Polvo”, capturada em West Palm Beach, Flórida, EUA. Fotógrafa subáquatica experiente, ela conta que pós o acasalamento, as fêmeas de algumas espécies de polvo depositam centenas de milhares de pequenos ovos que eclodem em larvas e flutuam nas correntes oceânicas por semanas ou meses antes de se metamorfosearem. No entanto, o polvo-de-recife-do-caribe (Octopus briareus), retratado por ela, choca apenas algumas centenas de ovos grandes. Assim que põe seus ovos, a fêmea para de comer e protege sua prole em crescimento dia e noite. Os filhotes emergirão como versões totalmente desenvolvidos e em miniatura de seus pais. Já a mãe, tendo se exaurido para garantir a sobrevivência da prole, morrerá logo após a eclosão. Kat Zhou foi alertada por amigos sobre a fêmea e seus ovos escondidos em um tipo de cano, talvez remanescentes de um naufrágio. Ela mergulhou quatro vezes para capturar a determinação da mãe em proteger seus filhotes quando eles estão mais vulneráveis.

Fêmea de um polvo-de-recife-do-caribe protege seus ovos até que eles estevam prontos para emergir; depois que eles tiverem crescidos, ela morrerá de exaustão

Na categoria Humano/Natureza, o primeiro lugar ficou com a fotógrafa americana Ami Vitale, da revista National Geographic, com a imagem “Rhino Rebound”, realizada no Ol Pejeta Conservancy, no Quênia. Ami conta que em autoridades do Serviço de Vida Selvagem do Quênia empreenderam uma missão gigantesca: deslocar 21 rinocerontes-negros (Diceros bicornis) enormes e perigosos para uma região onde não viviam há meio século. Ela documentava o deslocamento de uma fêmea da Reserva Natural OI Pejeta, no centro do Quênia, para a Reserva Natural Loisaba, no norte, quando o rinoceronte reagiu mal à anestesia e parou de respirar. Veterinários e tratadores iniciaram uma reanimação especial para animais de grande porte e administraram medicamentos para reverter os efeitos da anestesia, salvando a vida da fêmea. A imagem premiada foi capturada no momento em que o rinoceronte se recuperou e demonstra o perigo que as pessoas estão dispostas a enfrentar para proteger uma espécie em risco de extinção.

Flagrante do momento em que um rinoceronte se move depois de se recuperar de uma sedação que quase o matou

O fotógrafo polonês Marcin Giba foi o vencedor da categoria Paisagens, Paisagens Aquáticas e Flora com a foto “Olhar Gelado”, feita com um drone em Rybnik, sul da Polônia. Ela mostra a fissura em um lago congelado, que lembra um olho, com pegadas ao redor. Rybnik é uma das maiores produtoras de carvão da Polônia, e sofre com o consumo desenfreado, que causa de poluição – em 2010, acidade passou por 130 dias em que a poluição era perigosa e visível a olho nu. Um grupo de moradores criou o Alerta Polonês de Poluição e em uma década, ajudou a implementar políticas que substituíram quase 10mil caldeiras a carvão na cidade. Mesmo assim, será preciso fazer mais para garantir que o “olho gelado” não desapareça para sempre: com as mudanças climáticas, Rybnik vivenciou 11 anos de temperaturas invernais acima da média, resultando em queda de neve e menos lagos congelados a cada ano.

Em imagem capturada com um drone, a fissura em lago gelado lembra um olho; já os pontos escuros são pegadas em torno sobre a neve

Na categoria Vida Selvagem Terrestre, o melhor foi o fotógrafo israelense Amit Eshel, com a imagem “Parte do Pacote”, captada na Ilha Ellesmere, no extremo norte do Canadá, onde chegar é uma aventura à parte. Eshel precisou de seis voos domésticos, levou dias viajando de trenó puxado por cães e ainda usou uma moto de neve para alcançar a parte norte da ilha. Ele empreendeu a jornada na esperança de avistar lobos por lá, que não têm medo dos poucos visitantes humanos que encontram. Mas apenas cerca de 200 lobos-do-ártico (Canis lupus arctos) vivem em Ellesmere e encontra-los é difícil. Ele levou 12 dias após o início da expedição e foi na travessia de um fiorde congelado a -35 graus Celsius que seu grupo avistou uma matilha se moveu lentamente em direção a Eshel. “Deitei-me segurando a câmera com uma lente grande angular e eles se aproximaram para me observar bem de perto. Às vezes, quase me tocavam e eu conseguia sentir o hálito deles”, diz o fotógrafo.

O fotógrafo deitou-se no gelo e usou uma lente grande angular para conseguir essa imagem dos lobos-do-ártico

O vencedor na categoria Vida Alada foi Dvir Barkay, fotógrafo americano da Pensilvânia, com a imagem “Fabricantes de Pequenas Tendas”, realizada na região da Estação Biológica La Selva, na Costa Rica. Ele fotografou o morcego-branco-de-honduras (Ectophylla alba), dos menores morcegos frugívoros do mundo, tem o tamanho de aproximado de uma bola de golfe e o peso de uma moeda de 25 centavos. Mesmo com as asas abertas, a espécie atinge apenas cerca de 10 centímetros. Outra característica é construir tendas para se empoleirar. Para isso, ele usa uma folha de helicônia de tamanho adequado a cerca de 2 metros do chão. Num trabalho em equipe, um grupo de morde as bordas em direção à nervura central até que a folhagem caia sobre si mesma, formando uma tenda simples. Embora permaneçam em cada tenda por apenas uma ou duas noites, deixam sua marca na forma de fezes repletas de sementes que podem brotar em novas árvores, diz Barkay.

Um dos menores do mundo, o morcego-branco-de-honduras constrói tendas com folhas de helicônia e, depois de duas noites, se muda para outra

O japonês Takuya Ishiguro foi o ganhador da categoria História em Fotos com a imagem “O Mundo dos Insetos Familiares”, feita em vários locais do Japão. Ishiguro lembra que os insetos vivem perto dos humanos o tempo todo, mas às vezes são tão pequenos que podemos nem notá-los. Para fazer a foto vencedora, o fotógrafo usou uma lente macro personalizada para registrar uma mosca doméstica comum que brilha como uma joia coberta pelo orvalho da manhã. Infelizmente, ela não consegue voar até que as gotas de orvalho evaporem e ela seque completamente, tornando-se uma modelo perfeito para retratos.

A foto de uma mosca comum, coberta de gotas de orvalho, deu ao japon~es Takuya Ishiguro o primeiro lugar na categoria História em Fotos/Meu Quintal

Na categoria Arte da Natureza, o primeiro ligar ficou com a consagrada fotógrafa alemã Sandra Bartocha com a imagem “Energia Inabalável”, realizada em Rügen, na Alemanha. Ela fez a foto ao nascer do sol usando longa exposição e uma homanegem ás ondas do mar, que a fotógrafa admira e estuda. Ela explica que quando o vento sopra na superfície do oceano, forma uma onda que pode viajar milhares de quilômetros antes de quebrar em terra. Algumas ondas geradas na costa da Nova Zelândia rolam até a costa oeste da América do Norte, levando até duas semanas para chegar ao seu destino final, diz ela. E enquanto ondas pequenas podem se mover a até 8 kmh/h, tsunamis no meio do Oceano Pacífico atingem velocidades de 965 km/h, completa Sandra.

Uma visão abstrata de ondas registrada na Alemanha pela fotógrafa Sandra Bartocha, vencedora da categoria Arte da Natureza

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