09-2024
Conheça imagens incríveis que foram premiadas em concurso de fotografia de astronomia de 2024
O Royal Observatory Greenwich, com sede da região metropolitana de Londres, Inglaterra, anunciou os vencedores do concurso Fotógrafo de Astronomia do Ano, realizado pela entidade. Há 11 categorias, variando de fotos de paisagens celestes, da lua, galáxias e outras – de acordo com a organização, houve pouco mais de 3.500 inscrições para a competição de 2024 .
O vencedor geral foi o astrofotógrafo Ryan Imperio com o trabalho “Sombras distorcidas da superfície da lua criadas por um eclipse”, feita em Odessa, Texas, EUA. Trata-se de uma sequência de imagens capturadas continuamente mostrando uma progressão durante o eclipse anular de 2023. Essa progressão, chamadas de contas de Baily, são formadas quando a luz do sol é refletida em vales e crateras da superfície da Lua, quebrando o conhecido padrão de anéis do eclipse – e só são visíveis quando a Lua entra ou sai de um eclipse, sendo assim um desafio captura-la devido à sua brevidade e ao tempo preciso necessário. O fotógrafo usou uma Nikon D810, com montagem iOptron SkyGuider Pro, lente Sigma 150-600 mm f/5-6.3 na posição de 600 mm com abertura f/8, ISO 640 e múltiplas exposições de 1/1.000s.
Na categoria Paisagem Estelares, Tom Rae venceu com a imagem “Tasman Gems”, que mjostra mostra os picos escarpados do Vale Tasman, na Ilha Sul, Nova Zelândia, que oferece uma visão magnífica do céu noturno de verão do hemisfério sul. A foto inclui as nuvens de hidrogênio da Nebulosa Gum (região vermelha central) e várias outras regiões de formação estelar ativa estendidas pelos braços mais tênues da Via Láctea – uma parte do céu noturno geralmente menos fotografada. Raem usou uma Nikon Z 6 modificada para astrofotografia e uma Nikon Z7, com montagem iOptron SkyGuider Pro, e lentes Sigma 40 mm f/1.4 Art e 28 mm f/1.4 Art. No céu os parâmetros foram de f/1.8, ISO 1.600 e 31 exposições de 30 segundos; no primeiro plano, f/10 e f/14, ISO 100 e 9 exposições de 4 segundos.
Na categoria Lua, o vencedor foi Gábor Balázs, com a imagem “Picos de sombra de Sinus Iridum”, que mostra a região também conhecida como a “Baía dos Arco-Íris”, com 260 km de diâmetro e cercada por várias crateras menores. O fotógrafo usou uma câmera monocromática com um filtro para capturar a área. A cratera visível no canto superior direito, Pitágoras, é particularmente notável e é quase visível de lado devido à libração, a oscilação da Lua vista da Terra. Balázs usou um telescópio refrator Heyde-Zeiss, filtro verde ZWO, câmera ZWO ASI178MM-pro, distância focal de 4.500 mm e abertura f/15.
Na categoria Aurora, o vencedor o australiano Larryn Rae com a imagem “Queenstown Aurora”, que mostra a Aurora Australis realizada nas montanhas em Queenstown. É um panorama de 19 imagens capturando todos os raios de movimento rápido que iluminaram o céu em fevereiro de 2023. O fotógrafo usou uma câmera astro-modificada (Canon EOS R5 H-alpha) para capturar todos os tons rosa da aurora, o que resulta em uma imagem final incrivelmente dinâmica. A foto foi feita com lente de 35 mm, abertura f/2.8, ISO 3.200 e exposição de 8 segundos para o Céu e de 30 segundos para o primeiro plano.
Xin Feng e Miao Gong, da China, receberam o Prêmio Sir Patrick Moore de Revelação com a imagem “SH2-308: Dolphin Head Nebula”. Ela mostra a Nebulosa Cabeça de Golfinho em um ângulo baixo, que só pode ser fotografada por cinco horas por dia – o corpo principal da nebulosa e o vento estelar de fundo são ambos proeminentes. A imagem é resultado de dez dias de fotografia e pós-processamento com o software PixInsight. O equipamento utilizado foi um telescópio Takahashi TOA-130NS, montagem Sky-Watcher EQ8, câmera ZWO ASI6200MM-Cool com distância focal de 1.000 mm f/7.7, ganho 100, 144 exposições H-alfa de 600 segundos, 140 exposições OIII de 600 segundos.
O vencedor do Prêmio Annie Maunder de Inovação de Imagem foi Sergio Díaz Ruiz com a foto “Anatomia de um Planeta Habitável”. O fotógrafo registrou um mundo aparentemente alienígena que, na realidade, e a Terra, um planeta ameaçado pela ação do homem. A imagem foi criada misturando as 16 bandas monitoradas pelo satélite meteorológico GOES-18 para codificar massas de terra, oceanos e características atmosféricas como cores diferentes. Foram usados dados originais do GOES-18 ABI (bandas 1 a 16 (0,47 a 13,3 mícrons) de 18 de fevereiro de 2024 e Suomi-NPP VIIRS (0,5 a 0,9 mícrons) de 2012 a 2020.
Na categoria Pessoas e Espaço, Tom Williams foi o vencedor com a foto “High-Tech Silhouette”, que mostra a a silhueta da Estação Espacial Internacional (ISS) transitando pelo limbo solar oriental. Cruzando o campo de visão em apenas 0,2 segundos, os trânsitos da ISS do Sol são particularmente raros para qualquer local na Terra. O Sol estava ativo e uma proeminência bem ao lado do local de trânsito da estação pode ser vista. Equipamento utilizado: telescópio Sky-Watcher Evostar 120, filtro Daystar Quark Chromosphere, montagem Sky-Watcher EQ3 Pro, câmera Player One Apollo-M Max (IMX432) 4.300 mm f/35, ISS: 19 exposições de 0,70 milissegundos; Sol: 7.500 exposições de 12 milissegundos
Na categoria Galáxias, o vencedores foram por Bence Tóth e Péter Feltóti com a imagem “Ecos do Passado”, que apresenta a galáxia NGC 5128 e seu sistema de ondas de maré ao redor, dela bem como uma visualização do jato relativístico, esguichos poderosos de radiação e partículas viajando perto da velocidade da luz. Como esse tema astronômico só pode ser fotografado do hemisfério sul, os fotógrafos viajaram para a Namíbia para capturar a imagem. Equipamento usado: telescópio astrográfico 200/800 Newton personalizado, filtros Astronomik Deep-Sky LRGB, filtros Antlia V-Pro LRGB e filtro passa-banda Antlia 3 nm H-alfa, montagens Sky-Watcher EQ6-R Pro e Sky-Watcher EQ6, câmera ZWO ASI2600MM Pro 800 mm f/4, com exposições de 16,2 horas L, 5,3 horas R, G e B e 5,6 horas H-alfa. Você pode conferir todas a imagens premiadas em https://www.rmg.co.uk/whats-on/astronomy-photographer-year/galleries/overall-winners-2024.