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07-2024

Concurso BigPicture 2024 premia imagens fantásticas de natureza e vida selvagem

Girinos, vaga-lumes, árvores cobertas de borboletas e um incêndio florestal estão entre as imagens impressionantes escolhidas como os vencedores do BigPicture Natural World Photography 2024, concurso anual da Academia de Ciências da Califórnia, EUA. Na sua 11a edição, a competição destaca a biodiversidade e as muitas ameaças que o planeta enfrenta. O Grande Prêmio e primeiro lugar no geral ficou com a foto “A Floresta das Monarcas”, do espanhol Jaime Rojo, que mostra o que parece ser a folhagem nas árvores iluminada pelo sol, mas que na realidade são milhões de borboletas-monarca, a única espécie que migra para evitar o inverno no Canadá e nos EUA – elas voam até 5 mil km para o sul em direção às quentes e úmidas montanhas de Sierra Madre, no México. Essas borboletas se aglomeram em pinheiros oyamel, aconchegando-se para gerar calor e conservar energia conforme as temperaturas caem.

A imagem “Harmonia e caos subaquáticos”, do suíço Franco Banfi, foi a vencedora da categoria Vida Alada. Ela mostra a ação de gansos-patola (Morus bassanus) na captura de suas presas aquáticas, que faz com que atinjam velocidades de até 96 km/h e profundidades de 21 metros. Ao seguir um grupo de embarcações de pesca nas Ilhas Shetland, na a Escócia, Banfi flagrou um bando de gansos-patola mergulhando na água em busca de comida.

O japonês Kazuaki Koseki, com a foto “Floresta de poeira estelar”, foi o melhor da categoria Arte da Natureza. Ela mostra vaga-lumes, que têm um significado cultural particular no Japão, onde seu surgimento marca a mudança das estações, além de ser considerados como uma manifestação das almas de soldados mortos. As trilhas de luz flutuantes capturadas em Yamagata, Ilha de Honshu, foram criadas principalmente por vaga-lumes machos, que pairam e emitem rajadas frequentes de luz ao cortejar suas companheiras.

“Quando se ouve as palavras ‘incêndio florestal’ e ‘Califórnia’, muitos pensam primeiro em devastação”, diz a fotógrafa americana Maddy Rifka, vencedora da categoria Humano e Natureza. No entanto, durante séculos, os povos indígenas californianos cuidaram da terra gerando queimadas frequentes e de baixa intensidade, imitando as causadas por raios. Ao limpar arbustos propensos a incêndios, essas queimadas encorajaram o crescimento de plantas nativas, mantendo a biodiversidade e protegendo o suprimento de água. Na foto de Maddy, Steven Saiz, membro tribal do Vale Hoopa, induz as chamas a se espalharem pela vegetação rasteira ao redor da casa de um ancião Yurok.

Nas poças de maré da península do Cabo, na África do Sul, o fotógrafo sul-africano Geo Cloete, vencedor da categoria Conservação, capturou a simbiose entre as ondas quebrando e as anêmonas-do-mar: somente quando há uma chance de se alimentar é que esses cnidários coloridos florescem, estendendo seus tentáculos para capturar plâncton, caranguejos e pequenos peixes. Conforme as ondas varrem as poças na maré alta, nutrientes e outros organismos microscópicos são entregues a essa intrincada teia alimentar.

Para o fotógrafo canadense Peter Mather, encontrar a vida selvagem transitória do Ártico é como tentar localizar um fantasma. Ao deixar armadilhas fotográficas ativadas por movimento no campo por meses ou anos, ele capturou imagens raras da vida selvagem nas extensões geladas da costa ártica do Alasca, incluindo essa raposa ártica – o que lhe valeu a vitória na categoria História Fotográfica. As imagens de Mather sugerem a outra dura realidade da vida no Ártico: sem esforços de conservação adequados e uma desaceleração drástica do colapso climático, esses animais também podem se tornar realmente meras aparições.

A Schokari, cobra-corredora-da-areia, é conhecida por sua velocidade e agilidade em perseguições que podem atingir até 16 km/h. Na foto da indiana Hema Palan, vencedora da categoria Vida Selvagem Terrestre, uma cobra-corredora-da-areia se move por um arbusto no deserto de Thar, no noroeste da Índia. Apesar do clima inóspito, o deserto é um refúgio para uma variedade de espécies endêmicas e ameaçadas de extinção, o arbusto phog que abriga cobra-corredora-da-areia fotografada.

Todos os dias de verão, nos lagos da Ilha de Vancouver, centenas de girinos de sapos serpenteiam das profundezas relativamente seguras da água para as partes rasas iluminadas pelo sol, nas quais um jantar de algas os aguarda. O veterano fotógrafo subaquático canadense Shane Gross, venceor da categoria Vida Subaquática, tinha ouvido falar da migração dos girinos e ficou surpreso com os números que testemunhou e registrou.

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