07-2019
“Claudia Andujar – a luta Yanomami” em cartaz no IMS Rio
Em cartaz de 20 de julho a 10 de novembro de 2019 no Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro (IMS Rio), a mostra “Claudia Andujar – a luta Yanomami” traz uma retrospectiva da obra da fotógrafa a partir da década de 1970. A seleção é resultado de uma prolongada pesquisa do curador Thyago Nogueira no acervo de cerca de 40 mil imagens reunido pela fotógrafa.
Claudia Andujar nasceu em Neuchatel, na Suíça. De origem judia, ela teve de abandonar a Europa em 1944, fugindo dos horrores da Segunda Guerra Mundial, que ceifou a vida de muitos de seus familiares. Em 1955, Claudia desembarcou em São Paulo (SP) e logo começou a atuar como fotógrafa, devido à dificuldade em se comunicar na língua local. Membro da revista Realidade, ela abandonou o fotojornalismo após uma viagem à região do vale do rio Catrimani, na região norte da Amazônia brasileira, no atual estado de Roraima. O contato com os índio Yanomami transformou para sempre sua vida. Dali em diante, sua obra passou a ser usada como instrumento de difusão e defesa da cultura indígena.
A mostra “Claudia Andujar – a luta Yanomami” se concentra nessa segunda etapa da carreira da fotógrafa e representa um complemento à mostra “Claudia Andujar: no lugar do Outro”, realizada pelo IMS em 2015.
A exposição está dividida em duas partes. A primeira parte reúne imagens realizadas entre 1971 e 1977. Graças a uma bolsa da fundação John Simon Guggenheim, Claudia pôde passar longos períodos entre os Yanomami e retratou as atividades diárias dos indígenas, desde as saídas para caça até os rituais xamânicos celebrados no interior das grandes malocas comunitárias.
Em 1977, a fotógrafa foi expulsa pela Funai e impedida de voltar à área indígena. A segunda parte da exposição concentra-se no contato brutal dos indígenas com a civilização branca e na luta empreendida por Andujar para proteger o povo que adotara como família. Entre os anos 1970 e 1980, os investimentos na Amazônia feitos pelo governo militar deixaram um rastro de doenças, violência e poluição, que aniquilou comunidades indígenas inteiras.
Um destaque absoluto da mostra é a nova versão do manifesto audiovisual Genocídio do Yanomami: morte do Brasil (1989/2018), exibido pela primeira vez em 1989. A projeção de 24 minutos conjuga uma série de telas verticais dispostas em semi-círculo, com trilha sonora original de Marlui Miranda. A instalação refaz o percurso da exposição, indo do arrebatamento com a exuberante cultura Yanomami até a chegada do homem branco, que conspurcou completamente as condições de vida dos indígenas.
Juntamente com a exposição, que esteve em cartaz no IMS São Paulo durante o primeiro semestre de 2019, foi lançado um catálogo de 336 páginas, com preço de capa de R$134,50.
Serviço
Exposição: Claudia Andujar – A luta Yanomami
Curadoria: Thyago Nogueira
Onde: Instituto Moreira Salles – Rio de Janeiro
Quando: de 20 de julho a 10 novembro de 2019
Entrada gratuita