05-2025
Americano e peruano ganham Prêmio Pulitzer de Fotografia de 2025

O risco cinza no céu, próximo à cabeça de Trump, é o traçado da bala que acabara de cortar a orelha direita do então candidato
Doug Mills, fotógrafo do jornal The New York Times, e Moises Saman, colaborador da revista New Yorker, foram anunciados como os vencedores do Prêmio Pulitzer de 2025 em duas categorias de fotografia. A série de fotos de Mills, capturadas durante a tentativa de assassinato de Donald Trump em julho de 2024, em meio a um comício na Pensilvânia, venceu a categoria Fotografia de Última Hora, enquanto as fotos de Saman da Prisão de Sednya, na Síria, levaram o prêmio de Fotografia de Destaque.

Logo após o tiro, a equipe de segurança atira-se sobre Trump, que caiu atrás do púlpito onde discursava no comício
Doug Mills foi um dos três finalistas, juntamente com a equipe de fotografia da Agência France-Presse (por sua excelente cobertura em Gaza) e com Nanna Heitmann, Tyler Hicks, David Guttenfelde e Nicole Tung, todos do The New York Times – pelas imagens produzidas na persistente da guerra na Ucrânia. Mills acabou levando o prêmio para casa graças a um sequência de fotos do atentado ao então candidato presidencial Trump, incluindo uma imagem que mostra a bala passando zunindo pelo ar.

Com a orelha sangrando, Trump exibe-se para seus eleitores enquanto é levado pela equipe de segurança
O veterano fotógrafo americano lembra que se tratava de um comício padrão, típico para o então candidato à presidência, e que ele e outros quatro fotógrafos estavam lá cobrindo o evento até o início dos tiros. “No começo, pensei que fosse um carro. A última coisa que pensei foi que fosse uma arma”, disse na época “Continuei fazendo as fotos e Trump caiu atrás do púlpito, e eu pensei: ‘Meu Deus, aconteceu alguma coisa’. Sempre tive medo de estar nesse tipo de situação”, comentou.

Pessoas visitam a prisão em busca de alguma informação sobre parentes que desepareceram depois de detidos pela regime de al-Assad
O peruano Moises Saman, colaborador da The New Yorker, foi o ganhador do Pulitzer de Fotografia de Destaque por suas assombrosas imagens em preto e branco da Prisão de Sednaya, na Síria, que capturam o legado traumático das câmaras de tortura do ditador Bashar al-Assad. O funcionamento da prisão militar ao norte de Damasco, chamada de “matadouro”, é um dos capítulos mais sombrios do regime imposto pela família al-Assad, que estava no poder desde 1971. Os prisioneiros quando libertados pelos insurgentes na segunda semana de dezembro de 2024 pareciam fantasmas de si mesmos – a série de Saman foi publicada em 30 de dezembro.

Algumas fotos de homens e mulheres presos e torturados na Prisão de Sednaya; centenas foram mortos e enterrados em valas coletivas
Saman também foi indicada junto com a equipe de fotografia da agência Associated Press pelas “imagens corajosas e emocionantes de Gaza que se afastam das linhas de frente para registrar a vida cotidiana enquanto ela continua em uma zona de guerra” e com a americana Lynsey Addario, colaboradora do The New York Times, por seu “ensaio fotográfico sensível e doloroso de uma jovem ucraniana com um câncer de olho raro, cujo tratamento foi frustrado pela guerra”.

No necrotério da prisão, dezenas de corpos sem identificação foram encontrados em sacos plásticos antes de serem enterrados