Forough Yavari, uma premiada fotógrafa iraniana de retratos artísticos e moda que mora em Melbourne, na Austrália, foi a o grande destaque do concurso International Portrait Photographer of the Year. É a segunda vez que Forough ganha o prêmio principal ao apresentar um portfólio criativo, com múltiplas camadas de interpretação e significado, muito bem produzido e apresentado. Ela superou 704 inscritos e recebeu um prêmio de US$ 3 mil pela conquista.

Uma das imagens do portfólio retratos vencedor da fotógrafa iraniana Forough Yavari, que vivce na Austrália

Inspirada por suas experiências de vida, o trabalho de Forough se concentra em retratar a narrativa por trás da vida de mulheres de várias partes do mundo. Nascida no Irã durante a Revolução Iraniana, Forough era apaixonado por arte desde muito jovem, desenhando e pintando temas imaginários quando criança. Passou a dedicar formalmente à pintura na universidade, onde descobriu a paixão pela fotografia enquanto posava como modelo para um estudante de área.

Em 2011, ela se mudou para a Austrália, onde construiu seu negócio de fotografia e se estabeleceu como fotógrafa internacional. Seu interesse pelas questões femininas levou a uma série de imagens: “Revision of Portraits”, “Eternal Icons” e “Salvation”, que foram exibidas no Irã e na Austrália.  Em 2018, Forough foi premiada com o Mestrado em Fotografia do Instituto Australiano de Fotografia Profissional (AIPP). Recebeu o Master of Photography da Wedding and Portrait Photographers International (WPPI) em 2019 e o Double Master of Photography da WPPI em 2020.

Forough Yavari é ativista de causas femininas e também uma fotógrafa renomada, com vários prêmios na carreira

Nas demais categorias, o maltês Joseph Smith foi o vencedor em “Retrato com História” ao mostrar os irmãos Alfred e Paul Beck, de Malta, que assumiram o negócio de impressão gráfica da família aos 17 e 14 anos, respectivamente, em 1945, e que seguiram juntos até ficar nonagenários – Alfred morreu no final de 2022.

Em segundo lugar em “Retrato com História” ficou Osama Elolemy, dos Emirados Árabes Unidos, com o retrato de um pastor de gado da raça africana Ankole, que tem a mesma atividade de seus ancestrais e acredita ter dever sagrado de proteger e cuidar desses animais que são criados há centenas de anos na África Oriental (Uganda, Congo, Ruanda e Burundi).

Na categoria “Sessão de Família”, o primeiro lugar coube ao australiano Raoul Slater com uma imagem divertida de Brad e Harriet, pai e filha. Ao definir sua foto, produzida no estilo “daguerreótipo”, Slater brincou: “Como pai, tudo o que você quer é ser ouvido”.

O segundo lugar em “Sessão de Família” categoria foi para o filipino Donell Gumiran com o retrato de uma família Suri, etnia que vive entre a Etiópia e o Sudão do Sul, e que valoriza a convivência e a cooperação, envolvendos-e em tarefas coletivas, como construção de casas, preparação do campo e pastoreio.

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Em “Retrato do Ambiente”, o britânico Jo Kearney foi o vencedor com uma imagem captada em Havana, Cuba, que mostra a senhora Sonia Herstandez em sua casa simples, com móveis de madeira e decoração antigos, demostração de um tempo que passa sem muita mudança.

Na categoria “Estudo de Personagem” o britânico Frederic Aranda foi o ganhador com o retrato do ator Ian McKellen em seu camarim no Duke of York’s Theatre, em Londres, enquanto se preparava para interpretar o personagem Mother Goose (mamãe ganso), em uma comédia do mesmo nome.

O brasileiro Lucas Tirloni, com a foto “Raízes”, se destacou na categoria “Retrato do Ambiente” e ficou entre os 101 selecionados pelo concurso para fazer parte do livro comemorativo do International Portrait Photographer of the Year de 2023. A foto mostra pai e filha, na etnia guarani, na aldeia do Rio Branco, em Itanhaém (SP).