07-2019
Trilha das estrelas – Como fazer empilhamento de imagens
A junção das imagens noturnas capturadas pode ser feita apenas em programas da Adobe ou com a ajuda de outro, o Startax, especializado na temática
Por Adriano Kirihara – Continuação do artigo Primeiros passos para explorar o céu à noite
Há duas formas de capturar a trilha das estrelas, que em astrofotografia é comumente chamada de Star Trail. Na mais antiga é preciso deixar o obturador da câmera aberto por pelo menos 30 minutos – mas o ideal é um tempo de duas a três horas para o rastro estelar ficar mais longo. Na mais nova, o macete é ajustar a câmera para disparar a cada 30 segundos e depois empilhar as imagens via softwares. As duas maneiras de fotografar foram explicadas em detalhes na edição 260. Aqui, a ideia é mostrar um passo a passo nada complicado para fazer o empilhamento das imagens.
No caso da edição, também há duas maneiras de fazer, ambas de forma rápida e simples em programas específicos para fotografia. A primeira é usando três programas da Adobe: o Lightroom, o Adobe Bridge e o Photoshop. A segunda é recorrendo ao programa dedicado Startax – que você pode baixar pelo link https://bit.ly/2FNCMuD para Mac OS X, Windows e Linux.
O primeiro passo, claro, é baixar e abrir as imagens. Se você fotografou em RAW (o mais recomendado), chegou a hora de mexer nos ajustes para deixar a foto do jeito que mais lhe agrade. Particularmente, uso o Lightroom para isso. Ajusto uma única imagem para obter o equilíbrio de branco, luzes, contraste e exposição e redução de ruído – neste último item, nunca ultrapasso os 20%. Feito isso, sincronizo todas as imagens, deixando-as padronizadas.
Feito os ajustes necessários, exporto as imagens para uma pasta em formato JPEG, pois fica mais fácil para trabalhar o segundo passo, que é empilhá-las. Para isso, uso o Adobe Bridge CC como caminho. Abro o programa, escolho a pasta e seleciono todos os arquivos. Depois, vou em Ferramentas > Photoshop > Carregar Arquivos em Camadas do Photoshop.
No terceiro passo, uso o Photoshop para selecionar todas as imagens que estão nas camadas (layers). Na sequência, defino o modo de mesclagem e escolho o Clarear (ligthen). Pronto: a mágica acontece. A partir daí, você ainda pode fazer alguns ajustes para deixar a seu gosto.
É nesse momento que aproveito para corrigir algumas imperfeições com recursos como o carimbo ou a ferramenta de correção para tirar manchas – ou mesmo um rastro de avião que possa ter capturado, além de brilhos de vagalumes. Mas cada um edita da forma que achar melhor. Para mim, não existe o certo ou errado nesse tipo de foto. Cada fotógrafo cria seu estilo.
No Startax
Para quem preferir usar o programa Startax, a diferença do processo anterior é que se usa dois programas apenas. Repito o primeiro passo no Ligthroom para os ajustes gerais. Depois, salvo em uma pasta também os arquivos selecionados. O passo seguinte é abrir o programa: Startax > Files > Open Images > achar a pasta com as imagens e selecionar todos os arquivos > Edit > Start Processing e pronto.
É importante frisar que a quantidade de imagens a ser empilhadas vai de acordo com o tempo de captura. Quanto mais tempo a câmera ficar disparando a cada 30 segundos, mais longas serão as trilhas de estrelas. O número de fotos vai depender do resultado final que o fotógrafo deseja. Já fiz empilhamentos com 50 imagens e com 500. Fica a critério de cada um.
Matéria publicada originalmente em Fotografe Melhor 262