09-2017
Como explorar um universo no quintal
Há alguns anos, uma imagem curiosa de um calendário despertou a atenção do catarinense Elias Daroz. Era um besouro pousado em uma pétala amarela de uma flor. “Achei muito interessante aquela fotografia. E resolvi tentar fazer uma igual”, lembra. Daroz foi até uma loja de R$ 1,99, comprou uma lupa e, com uma câmera compacta, tentou repetir a foto que tinha visto. “Ao observar jardins com a lupa percebi quão rico era esse pequeno mundo, repleto de cores e formas deslumbrantes”, conta.
Morador de São Bento do Sul – cidade com cerca de 80 mil habitantes no norte de Santa Cantarina –, ele viu em seu próprio quintal e nos jardins dos vizinhos um rico espaço para ser explorado com a macrofotografia. “É uma cidade de colonização alemã, todas as casas têm quintal com jardim. Então, sempre tinha algo para fotografar”, diz. No entanto, faltava um bom equipamento para fazer registros melhores.
Fazendo um upgrade
Elias Daroz veio morar em São Paulo (SP) por uns tempos e aproveitou para comprar equipamentos para aprimorar seu hobby: uma Nikon D90, uma lente Nikkor Micro DX 40 mm f/2.8 e anéis extensores. Mas Daroz logo percebeu que tinha um problema: faltavam espaços verdes com flores e insetos para exercitar a macrofotografia na metrópole paulistana.
Em novembro de 2014, voltou a morar em São Bento do Sul e, com seu equipamento, passou a ter um vasto campo para se dedicar ao hobby. Funcionário de uma indústria têxtil da cidade, ele trabalha à noite e passa todas as tardes no quintal de casa procurando por temas para fotografar. “É um trabalho que exige muita paciência. Às vezes, você encontra um inseto em uma posição ótima, mas um segundo antes de você fazer o clique ele muda de posição e sai voando. Você tem de ficar igual um gato caçando um rato: quieto, só esperando o momento certo para o clique”, ensina.
Segundo o fotógrafo, registrar insetos e borboletas é muito difícil, pois são muito ariscos e você tem de se aproximar devagar e estabelecer uma espécie de “relação de confiança” com eles para que não se assustem. Elias Daroz também prefere fotografar em dias de temperaturas amenas, pois os besouros tendem a ficar mais tempo parados. “Em dias muito quentes eles ficam mais agitados”, afirma.
O fotógrafo só usa luz natural e praticamente nada de Photoshop. No computador, faz apenas pequenos acertos de contraste e brilho. “Sempre tento me superar. Fotografo quase todo os dias. Assim, vou aprendendo com os meus erros e aprimorando as imagens que faço. Fotografia é a minha maior paixão”, afirma.
Foto: Elias Daroz