10-2024
Conheça os vencedores do Wildlife Photographer of the Year edição 2024
Eles ficam à espreita por horas, semanas e às vezes meses, rastreando animais na natureza e se movendo com cuidado para não perturbar o ambiente. Montam armadilhas fotográficas ou mergulham na água para capturar momentos únicos, como uma sucuri lutando com um jacaré ou girinos querendo sobreviver. O esforço para obter essas imagens chega quando eles são premiados em concursos como o prestigiadoWildlife Photogrtapher of the Year, promovido pelo Museu de História Natural de Londres há 60 anos, que anunciou os vencedores da 18 categorias de 2024 entre 59.228 inscrições de 117 países. O grande título de Fotógrafo de Vida Selvagem do Ano foi para Shane Gross, um fotojornalista canadense de conservação marinha que passou várias horas debaixo d’água documentando girinos de sapos em movimento.
A foto que deu a Shane Gross o título de Fotógrafo de Vida Selvagem do Ano em 2024 foi feita em um lago de Vancouver, Canadá
Gross mergulhou meticulosamente através de tapetes de nenúfares no Lago Cedar, na Ilha de Vancouver, Colúmbia Britânica, tomando cuidado para não perturbar as camadas de lodo e algas no fundo. Ele conseguiu capturar os girinos enquanto eles nadavam das profundezas, desviando de predadores em seu caminho para se alimentar na superfície. Ele intitulou a cena impressionante de O Enxame da Vida. “O júri foi cativado pela mistura de luz, energia e conectividade entre o ambiente e os girinos”, disse a presidente do júri e editora Kathy Moran, observando que os girinos são uma espécie nova no acervo dos vencedores.
O médico e fotógrafo Hikkaduwa Prasantha, do Sri Lanka, ganhou a categoria Comportamento Mamíferos com a foto de um filhote de macado-de-toque descansando nos braços da mãe
Muitas das imagens ganhadoras chamam a atenção para as ameaças enfrentadas por diferentes espécies ao redor do mundo: um mosaico feito de mais de 400 pedaços de plástico encontrados dentro do trato digestivo de uma cagarra morta, tipo de ave marinha australiana; um tigre empoleirado na encosta com vista para uma cidade indiana que antes era uma floresta; um investigador de cena de crime examinando uma presa de elefante confiscada em busca de impressões digitais – para conferir todas as imagens vencedoras e finalistas, acesse www.nhm.ac.uk/wpy/gallery.
O australiano Justin Gilligan fotografou 403 pedaços de plástico encontrados no trato digestivo de um cagarra, uma ave marinha de grandes dimensões
Com a foto “Esquadrão de Demolição”, o alemão Ingo Arndt venceu a categoria Comportamento Invertebrados. “Cheio de formigas” foi como Arndt se descreveu depois de ficar deitado ao lado do formigueiro por alguns minutos. Ele captou o momento em as formigas vermelhas cortavam um besouro já morto em pedaços pequenos o suficiente para passar pela entrada do formigueiro.
Imagem em macro do alemão Ingo Arndt mostra formigas picando um besouro em peçaços para levarem para dentro do formigueiro
Outro alemão, Thomas Peschak, que vive na África do Sul, veio eo Brasil para fotografar e foi o vencedor da categoria História de Fotojornalista com uma série de imagens sobre o boto-cor-de-rosa amazônico, uma das duas espécies de golfinhos de água doce que vivem nas bacias dos rios Amazonas e do Orinoco. Peschak documenta a relação entre os ameaçados botos e pessoas que acreditam na lenda de eles podem assumir a forma humana, por isso são ao mesmo tempo reverenciados e temidos, e outras que os veem como ladrões de peixes das redes que deveriam ser mortos.
O amazônico boto-cor-de-rosa foi o tema escolhido pelo alemão Thomas Peschak, vencedor da categoria História de Fotojornalista
A americana Karine Aigner também veio ao Brasil, só que foi ao Pantanal. Lá flagrou a luta de uma sucuri com um jacaré dentro de um rio e ganhou a categoria Anfíbios e Répteis. O grupo de turismo que Aigner liderava parou para fotografar alguns cervos-do-pantanal quando ela notou uma forma estranha flutuando na água. Com binóculos, Aigner reconheceu rapidamente os répteis e registrou a luta entre ambos: os jacarés comem cobras; já as sucuris, à medida que crescem, incluem os répteis na dieta. Ela não conseguiu ver quem ganhou a batalha…
A batalha entre uma sucuri e um jacaré no Pantanal deu à americana Karine Aigner o primeiro lugar na categoria Anfíbios e Répteis
O prêmio Jovem Fotógrafo de Vida Selvagem do Ano foi para o adolescente alemão Alexis Tinker-Tsavalas pela imagem em macro Life Under Dead Wood, que mostra os pequenos corpos frutíferos de bolor limoso (tipo de organismo unicelular) e um colêmbolo (hexápode não inseto) sob um tronco. Alexis se moveu rápido, rolando o tronco e captando o minúsculo ser – os colêmbolos “podem saltar muitas vezes o comprimento do seu corpo em uma fração de segundo”, apontaram os juízes. Ele usou uma técnica conhecida como empilhamento de foco, combinando 36 imagens (cada uma com uma área diferente em foco) para criar uma foto com uma profundidade de campo bem maior.
O adolescente alemão Alex Tinker-Tsavalas foi eleito o Jovem Fotógrafo de Vida Selvagem do Ano com uma macro de um colêmbolo
Mais jovem ainda que Alexis, o espanhol Alberto Román Gómez foi o ganhador da categoria Infantil (abaixo de 10 ano de idade) com uma imagem lúdica que contrasta um delicado pássaro com robustas correntes. Observando da janela do carro de seu pai, na entrada do Parque Natural Sierra de Grazalema, em Cadiz, sul da Espanha, Alberto conseguiu fotografar pássaro que voava rapidamente de um lado para outro, coletando insetos. “Ele parecia um jovem guardião vigiando seu território”, disse o menino.
Com apenas 10 anos de idade, o espanhol Alberto Gómez venceu na categoria Infantil com uma inspirada foto de um passarinho na entrada de um parque natural