Dois astronautas americanos que estão a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) documentaram o cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan-Atlas) enquanto ele rumava em direção ao Sol. Matthew Dominick e Don Pettit, conhecidos por suas habilidades fotográficas, estavam seguindo o cometa com uma mirrorless Nikon Z9, o que não é fácil porque o cometa ainda não era visível ao olho humano. Por isso, a dupla usou cálculos matemáticos e de geometria orbital para descobrir para onde apontar a câmera.

Matthew Dominick clicou o cometa A3 no horizonte pouco antes do nascer do sol orbital e com aurora boreal

“Foi incrível ver o cometa dessa perspectiva. A cauda dele ainda estava muito fraca para ser vista com meus olhos, mas como ele estava indo em direção ao Sol, ficava mais brilhante a cada dia”, explica o experiente Pettit, de 69 anos, engenheiro químico de formação e veterano de três missões espaciais. Já Dominick, de 42 anos, diz que um astrônomo amador lhes informou que o cometa estaria aproximadamente 20 graus à frente do Sol da perspectiva da ISS. “Precisávamos que as fotos fossem feitas quando estivéssemos no lado escuro da Terra porque a luz do cometa era fraca. Temos um software na ISS que nos diz quando o nascer do sol orbital ocorrerá. Então, fizemos uma estimativa simples para descobrir quando e para onde apontar a câmera”, conta.

A foto realizada popr Don Pettit do cometa A3 a partir de cálculos matemáticos para posicionar a câmera

Segundo ele, os cálculos estimaram que eles deveriam esperar que o cometa surgisse no horizonte da Terra cinco minutos antes do nascer do sol orbital. A olho nu, o cometa é apenas um ponto e praticamente indiscernível das estrelas. Então, cerca de sete minutos antes do nascer do sol, eles começaram a escanear o horizonte uma tele de 200 mm em busca do cometa. “Você pode imaginar como nos sentimos quando ele apareceu. A matemática funciona!”, brinca Pettit. Atualmente mais visível no hemisfério norte do planeta, na sua rota em direção ao Sol o cometa vai desaparecer antes de reaparecer na sua passagem mais próxima da Terra – cerca de 71 milhões de quilômetros.