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04-2017

Um craque nos retratos institucionais

Há quem não suporte trabalhar com clientes corporativos. Mas a personalidade objetiva e direta do carioca Ricardo Wolf parece se entender bem com o ambiente em que de fato tempo é dinheiro. O fotógrafo estava em Nova York, nos Estados Unidos, quando foi convidado para fazer um banco de imagens para a empresa de plano de saúde da Vale, a Pasa – que cuida do convênio médico dos funcionários de uma das maiores mineradoras do mundo. “Eles estavam fazendo um branding para recolocar a marca dentro desse mercado interno. A ideia era fazer um banco de imagens com fotos dos próprios funcionários para aproximar a empresa dos empregados”, conta Ricardo.

A fim de entender melhor o novo job, o fotógrafo foi fazer um curso de Brand Marketing. Dessa forma, teve melhor compreensão de como as fotos precisavam ser. A ideia inicial era fotografar os funcionários no ambiente de trabalho ou em casa. Para isso, junto com dois diretores de marketing da Agência Binky, Ricardo percorreu, durante 25 dias, cerca de 11 mil km nos cinco Estados brasileiros onde a Vale atua. Na mala, além da Canon EOS 5D Mark II, ele levou uma lente Sigma 12-24 mm f/4.5-5.6 e lentes Canon EF: a 70-200 mm f/2.8, a 24-70 mm f/2.8, a 28-135 mm f/3.5-5.6 e a 50 mm f/1.8. E ainda dois tripés de iluminação e um para a câmera, dois softboxes, dois flashes Canon Speedlite 580EX II, um transmissor e um rebatedor.

Estúdio portátil

Enquanto os diretores de marketing entrevistavam os funcionários, o fotógrafo montava o estúdio portátil. Na hora da foto, os diretores trabalhavam como assistentes de Ricardo, segurando o rebatedor ou fazendo um making of da produção. Com o intuito de aproveitar melhor a luz, Ricardo marcava as fotos externas para os horários de luz mais amena, de manhã ou no fim da tarde, e deixava as realizadas em ambientes internos para o meio do dia.

O fato de trabalhar com personagens que não eram modelos também não foi um empecilho, pois a conversa anterior com o pessoal do marketing já preparava o funcionário deixando-o à vontade para a sessão de fotos na sequência.

Depois de fazer os cliques ao gosto do cliente, Ricardo aproveitava o cenário montado para clicar alguns retratos do jeito que queria. “Gosto muito de fazer fotos com a grande angular 12-24 mm, que provoca uma distorção nas bordas. Aproveitava os momentos finais para fazer algumas ao meu estilo”, diz.

A formação de Ricardo veio do design e do audiovisual. Foi na faculdade de Desenho Industrial que ele teve as primeiras lições de fotografia. Depois de formado, o fotógrafo montou uma produtora de vídeos corporativos, e com a chegada da Canon EOS 5D Mark II no mercado em 2006, que, além de fotografar, filmava, começou a se interessar pelas imagens estáticas novamente. Entre uma filmagem e outra, Ricardo aproveitava para fazer alguns cliques. Nas horas livres, o aspirante estudava técnicas de composição, iluminação e outros assuntos referentes à área.

Em 2008, quando achou que tinha um portfólio considerável, resolveu montar um site com as suas fotos e, segundo ele, começou a chover propostas na área. “Fui preso pelo mercado”, brinca. Hoje, Ricardo mantém a produtora de vídeos e paralelamente leva a vida de fotógrafo, as duas voltadas para o cliente corporativo, área com a qual se identifica e acredita que há inúmeras possibilidades a ser exploradas.

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